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O ténis moçambicano vive uma nova fase de crescimento, marcada por investimentos em infraestrutura, programas escolares inovadores e o surgimento de jovens talentos com projeção internacional. A modalidade, historicamente elitista e pouco acessível no país, começa agora a ser democratizada e integrada ao tecido social através de iniciativas públicas e privadas.

Nos últimos dois anos, a Federação Moçambicana de Ténis (FMT) tem liderado um movimento de revitalização do desporto, com o apoio do Ministério da Juventude e Desportos, parceiros internacionais e patrocinadores locais. Um dos marcos mais importantes foi a inauguração do Complexo Desportivo de Matutuíne, em abril de 2025, um espaço moderno com quadras de ténis, que já serve de palco para competições regionais e programas de formação juvenil.

Valige Tauabo, presidente da FMT, destaca o foco na descentralização. “Queremos levar o ténis além das grandes cidades. O talento está espalhado pelo país, e é nosso dever criar condições para que ele floresça, independentemente da origem dos jovens".

Entre os projectos de maior impacto está o “Ténis para Todos”, uma parceria entre o Standard Bank, escolas públicas e clubes locais. A iniciativa já implementada em mais de 15 escolas em Maputo, Beira e Nampula, oferece aulas gratuitas, equipamentos e acompanhamento técnico, integrando a prática desportiva ao currículo escolar.

“Aprendi a jogar ténis na escola e agora sonho em competir no estrangeiro”, diz Mariana Chongo, de 12 anos, estudante da EPC de Wiriyamu. “Antes, eu nem sabia que o ténis existia". Acrescentou

Esse movimento de inclusão começou a render frutos. Em fevereiro deste ano, Edilson Rosa, de apenas 17 anos, sagrou-se campeão do Circuito Internacional Júnior de Ténis, tornando-se o primeiro moçambicano a alcançar tal feito. Edilson já treina com o apoio de um programa da Confederação Africana de Ténis e despertou o interesse de academias na Europa.

“ Edilson é um símbolo do que podemos alcançar com investimento e visão, mas ele não será o único". Reforça Taubo

Além da formação de atletas, o ténis moçambicano está a atrair atenção como ferramenta de desenvolvimento social. O projecto Tennista, liderado por jovens empreendedores desportivos, leva clínicas de ténis a comunidades carenciadas, promovendo inclusão, saúde mental e empoderamento feminino.

Com planos ambiciosos para sediar um torneio internacional até 2027 e expandir os centros de formação para todas as províncias, o ténis está a transformar-se numa nova força desportiva e cultural em Moçambique.

“Ainda há muito a fazer, mas o caminho está trançado pois Moçambique tem tudo para se tornar uma referência do ténis em África.” Concluiu Tauabo


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